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9 de fevereiro de 2012

Entrega

Eles caminhavam tão distantes... Tão tristonhos sem se perceber... Um antes, outro depois do ponto qu’ela estava. Eles não viam o céu, nem ela! Ela que estava parada ante os dois seres. Miravam só o chão. Viam nem o chão. Mas algo esvoaçou os cabelos dela e fez-lhe voar seus enfeites entre os dois. Um dos enfeites tocou a face do primeiro. Ele a notou. Ele segurou o enfeite e viu o outro. Continuou o caminho. O outro acordou quando o primeiro elevou algo em sua direção. Vi logo em minha frente aquela pequena na mão daquele a quem não sabia. Não soube o que pensar. Tive medo. Achei bonito. Achei de verdade. Ele entregou-me. Eu tive mais medo. Mas aceitei e caminhei a vista minha à sua. Seus olhos eram de cor familiar, Igual à pequena que me dera. Não sabia, mas sorri e continuei. Logo se perderam um do outro, mas continuavam um com o outro. O primeiro sorria ainda, o que recebeu encontrou a cor e agora não parecia querer mais tirar suas vistas do céu. Ela continuava só e parada, como sempre fora a soltar presentes pelos cabelos.